Capital de giro: entenda o que é e para que serve

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Capital de giro: entenda o que é e para que serve

Capital de giro: entenda o que é e para que serve

Certo, você decidiu abrir seu próprio negócio, como uma revenda Ultragaz. Ao pesquisar, se deparou diversas vezes com uma expressão: capital de giro. Mas ela é tão importante assim? Para que serve, afinal, o capital de giro?

Entenda como funciona, principais tipos e características, como calcular e como realizar a gestão!

O que é o capital de giro?

De acordo com um glossário do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) sobre a abertura de pequenas empresas, capital de giro é o valor que a empresa necessita para produzir e pagar despesas, antes da entrada do capital que vem com as vendas.

Em outras palavras, o capital de giro é o montante de recursos em dinheiro que precisa ser investido para o funcionamento normal da empresa: estoque de produtos, matéria-prima e outros materiais, financiamento de vendas a prazo, pagamento de salários dos colaboradores e demais despesas fixas. Ele se forma a partir dos investimentos financeiros para o negócio.

Assim, esse é o capital que faz o negócio “girar”. Também podemos defini-lo, de forma mais técnica, como a diferença entre os recursos disponíveis em caixa e a soma das despesas e contas a pagar.

Por que as empresas precisam de capital de giro?

O capital de giro representa os recursos necessários para que sua empresa possa honrar compromissos perante empregados, fornecedores e fisco, além de possibilitar financiamento aos clientes nas vendas a prazo.

É preciso analisar quanto é preciso gastar mensalmente para manter a empresa em funcionamento para definir o montante. Portanto, o capital de giro é importante porque representa uma quantia que sua empresa deve ter à disposição para movimentar o dia-a-dia do negócio.

Tipos de capital de giro

Entendendo quais são as diferentes modalidades de capital de giro, o conceito vai ficando cada vez mais claro para o empreendedor. Veja os tipos conhecidos:

Ativos circulantes

Chamamos de circulante todos os ativos que possuem liquidez. Em outras palavras, é tudo que a companhia possui em suas reservas ou que possa resultar em dinheiro no curto prazo. Formam o ativo circulante recursos como valores em caixa e nas contas bancárias, estoques, recebíveis e rendimentos de aplicações financeiras que possam ser resgatados.

Capital de giro associado a investimentos

Engloba parte do capital de giro que será usada para cobrir os custos com investimentos.

Capital de giro líquido

Representa todos os recursos da empresa, com exceção dos ativos não circulantes e imobilizados – ou seja, o que não pode ser convertido imediatamente em dinheiro.

Capital de giro negativo

É o caso em que o saldo entre o que se paga e o que se recebe é menor que zero.

Capital de giro positivo

Ocorre quando o saldo entre o que se paga e o que se recebe é maior que zero. Vale mencionar que nem sempre um saldo superior a zero significa lucro. A companhia pode registrar saldo financeiro positivo e, ainda assim, estar em dificuldades, levando em conta suas despesas fixas e variáveis.

Capital de giro próprio

Esse tipo de capital é muito comum por parte dos MEIs (microempreendedores individuais), já que não costumam ter outra fonte de renda. Devido a essa situação, quando não é feito um controle por parte desse pequeno empreendedor, a solução mais frequente à qual recorre é a contratação de linhas de créditos bancárias – o que, com o tempo, pode acarretar mais problemas financeiros para si próprio.

Passivos circulantes

São formados por despesas com as quais o empresário precisa arcar em períodos regulares (normalmente ao mês). Alguns dos exemplos são gastos com fornecedores, insumos, impostos, encargos trabalhistas, água, eletricidade e telecomunicações – enfim, todos os custos essenciais para o negócio acontecer.

Como calcular o capital de giro de sua empresa

No momento de calcular o capital de giro, é essencial não se esquecer das finanças pessoais, pois não é só a nossa empresa que precisa sobreviver. Além disso, preveja despesas diversas que possam ocorrer, tais como propaganda, divulgação, registro e outras mais inesperadas.

Os recursos necessários para dar suporte à operação devem levar em consideração um intervalo de tempo entre 30 e 90 dias, dependendo das características de cada empresa. Quanto mais rapidamente conseguir obter uma receita capaz de pagar todos os gastos, menor precisa ser o período considerado.

Fórmula do capital de giro

É preciso ter em mãos um capital circulante para dar conta das despesas fixas. Conhecer uma simples fórmula usada para o cálculo do capital de giro de uma empresa também ajuda a compreender melhor como ele funciona. Ela pode ser representada por:

Capital de giro = ativo circulante – passivo circulante

Saiba como fazer a gestão do capital de giro

O acompanhamento do capital de giro deve ser uma ação diária e muito organizada para o sucesso de um novo negócio. Seu gerenciamento é uma questão de sobrevivência e um dos temas principais tanto para as empresas pautadas pelo lucro como para as organizações sem fins lucrativos.

Algumas dicas podem ajudar você a gerir o capital de giro ao longo do tempo e mantê-lo em uma margem adequada:

Adiante pagamentos a receber

O empreendedor pode procurar instituições bancárias e receber delas os valores que teria apenas no futuro, com o intuito de ter mais dinheiro em caixa. No entanto, tome cuidado e tenha atenção às taxas cobradas por esses serviços e veja se, de fato, valem a pena para o seu negócio;

Aprenda a negociar com consumidores e fornecedores

Busque formas de pagamento mais acessíveis, procure por aumentos de prazo ou descontos nos preços à vista e verifique se esses descontos cabem em sua estratégia de capital de giro. Em relação aos clientes, tente sempre que possível diminuir os prazos de financiamento, embora isso seja difícil porque a concorrência pode oferecer condições de pagamento melhores do que a sua. De qualquer forma, nada o impede de tentar;

Descubra e elimine custos:

Analise de maneira criteriosa todas as entradas e saídas de dinheiro do seu negócio. Identifique gastos que podem ser reduzidos e corte-os;

Otimize o estoque

Controlar diariamente o seu estoque é tarefa fundamental para manter vendas. Além disso, um estoque paralisado resulta em desperdício e custos de manutenção e de armazenamento que podem ser evitados caso o empresário use uma ferramenta de gestão de estoque;

Realize um empréstimo com critério

Se não há dinheiro em caixa e a sua empresa precisa pagar dívidas, o empréstimo pode ser o caminho. Mas não se esqueça que aqui também entra em cena o planejamento. Evite essa alternativa se sua pessoa jurídica não tem garantias futuras para a quitação. Opte pelos menores juros do mercado e não faça dessa opção um hábito. Acerte os trâmites de compra e venda para conseguir ficar no azul com seu capital de giro, sem precisar recorrer a métodos que podem fazer com que suas dívidas aumentem ainda mais;

Seja disciplinado

Evite, mas se tiver que usar o capital de giro para cobrir despesas, reponha-o assim que entrar dinheiro em caixa. O Sebrae sugere ao empreendedor que sempre tenha como objetivo fazer pagamentos com os valores obtidos em vendas. Caso haja dificuldades em organizar-se financeiramente, a Ultragaz oferece a seus revendedores o benefício de uma proposta diferenciada de serviços de contabilidade, com assessoria completa e soluções tributárias.

Diferença entre capital de giro e capital social

Por fim, não devemos confundir o capital de giro com o capital social, que representa os bens materiais ou financeiros que protegerão a atuação da empresa no início das atividades, tanto do sócio quanto do proprietário. Esse valor investido será colocado à disposição do negócio por cada um dos sócios, seja ele em forma de bens financeiros ou de bens materiais.

Ele precisa ser comunicado às autoridades ao solicitar o número do CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas) e serve de prova de que a nova empresa dispõe de meios para sustentar suas atividades. O capital social é, ainda, uma referência para estabelecer as responsabilidades dos sócios caso haja dívidas protestadas na Justiça.

O investimento mínimo para montar uma revenda de gás, em média, é de R$ 60 mil, sem contar a aquisição do terreno. Por fim, o Sebrae recomenda aos futuros revendedores reservar pelo menos 20% do valor investido como capital de giro.

Fonte: Sebrae e FIA

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